Marechal Zenóbio da Costa (CPDOC)
Militar, cursou o Colégio Militar e a Escola Militar, ambos no Rio de Janeiro. Entre 1915 e 1916, participou da repressão à Revolta do Contestado, conflito que opôs trabalhadores rurais e latifundiários na divisa entre os estados de Santa Catarina e Paraná.
Em 1922, combateu o levante tenentista deflagrado na capital federal contra a posse de Artur Bernardes na presidência da República. Dois anos depois, voltaria a enfrentar os "tenentes" no sul do país. Entre 1926 e 1930, exerceu os cargos de chefe de polícia e de comandante da Força Pública do estado do Maranhão. Nessa época, chegou a ocupar por alguns dias o cargo de prefeito de São Luís, a capital do estado.
Em 1930, deu um apoio discreto ao movimento político-militar que derrubou o presidente Washington Luís e levou Getúlio Vargas ao poder. Em 1932, posicionou-se ao lado do governo na luta contra o movimento constitucionalista deflagrado por setores políticos de São Paulo. Em 1935, a convite do prefeito Pedro Ernesto, passou a dirigir a Polícia Municipal do Distrito Federal. Em novembro desse ano, deu combate ao levante armado promovido por elementos ligados à Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente formada por comunistas, socialistas e outras correntes de esquerda, contra o governo federal. Ainda durante o ano de 1935, cursou a Escola de Estado-Maior do Exército.
Em agosto de 1937, assumiu o comando do 8º Batalhão de Caçadores, sediado em São Leopoldo (RS), por indicação do general Daltro Filho, nomeado por Vargas para o comando da 3ª Região Militar com a finalidade de forçar o governador gaúcho Flores da Cunha a se afastar do cargo.
Em agosto de 1941, foi promovido a general-de-brigada. Em seguida foi nomeado comandante da 8ª Região Militar, sediada em Belém. Permaneceu nesse posto até 1943. Em seguida foi enviado aos EUA para realizar cursos de aperfeiçoamento militar. Ainda nesse ano, ingressou como voluntário na Força Expedicionária Brasileira (FEB), enviada pelo Brasil à Itália para participar da Segunda Guerra Mundial. Acabou sendo designado comandante do 1º escalão da FEB, enviado para a Europa em julho de 1944, composto por cerca de 5.800 homens. Sob sua chefia, as forças brasileiras empreenderam as operações que resultaram na tomada de Monte Castelo e outros pontos importantes.
Terminado o conflito, foi promovido a general-de-divisão e ocupou diversos postos importantes na hierarquia do Exército, como o de comandante da Zona Militar Leste, sediada na capital federal. Durante o segundo governo de Vargas (1951-1954) teve uma atuação destacada e ao mesmo tempo confusa. A princípio, mesmo tendo defendido a posse de Vargas, atritou-se de forma aberta com o ministro da Guerra do novo governo, o general Newton Estillac Leal. Em fevereiro de 1954, deixou o comando da Zona Militar Leste para assumir o Ministério da Guerra. Sua gestão foi marcada pela crise político-militar que culminou no suicídio do presidente, em agosto daquele ano. Na reunião ministerial realizada na noite que antecedeu a morte de Vargas, foi censurado pela filha do presidente, Alzira Vargas, que o acusou de manter uma postura ambígua diante da crise.
Em 1955, defendeu a posse de Juscelino Kubitscheck na presidência da República, contestada por setores das Forças Armadas. Transferido para a reserva com a patente de marechal em 1957, entre 1958 e 1961 exerceu o cargo de embaixador brasileiro no Paraguai.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1963.